Uma notícia que deveria deixar qualquer pessoa impressionada: o Brasil queimou mais de 185 milhões de hectares entre 1985 e 2022. Essa área equivale à soma dos territórios da Colômbia e do Chile, ou cerca de 21,8% do território nacional.
Imagine colocar fogo em mais de um quinto do terreno da sua casa. É isso o que aconteceu! Mais preocupante do que esses números são os impactos gerados a partir dessa realidade. Esverdear o planeta tem se tornado uma missão cada vez mais ou menos desafiadora? Vamos aproveitar a leitura para entender um pouco mais sobre o assunto.
Afinal, por que isso acontece?
O desmatamento no Brasil é um problema de grande escala e que tem chamado a atenção do mundo inteiro. O país possui uma das maiores áreas de florestas tropicais do planeta, incluindo a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica. Todos desempenham um papel fundamental na manutenção do equilíbrio climático global, além de abrigar uma enorme variedade de espécies animais e vegetais.
Desmatar não é destruir somente uma determinada área, porque as consequências se alastram. Parece óbvio ou repetitivo dizer isso, mas somos uma sociedade que compartilha a mesma “casa”. E é por isso que o mundo todo fica de olho no Brasil quando se trata de meio ambiente.
As causas do desmatamento são diversas e complexas, como:
- Expansão da agropecuária: a criação de pastos para gado e a expansão da agricultura são responsáveis por uma grande parte do desmatamento no Brasil. Muitas vezes, as áreas desmatadas são usadas para a produção de soja, milho, carne e outros produtos agrícolas que são exportados.
- Exploração madeireira ilegal: a extração ilegal de madeira é uma prática comum em muitas áreas do país. A madeira é usada para a produção de móveis, papel, celulose e outros produtos, tanto para consumo interno quanto para exportação.
- Mineração: a mineração também é uma causa importante do desmatamento no Brasil. A extração de minerais como ouro, bauxita e ferro muitas vezes envolve a destruição de grandes áreas de floresta.
- Construção de infraestrutura: a construção de estradas, hidrelétricas, barragens e outras obras de infraestrutura também levam ao desmatamento. Essas obras muitas vezes exigem a remoção de grandes áreas de floresta para dar lugar às construções.
- Incêndios florestais: incêndios florestais podem ser causados por várias razões, incluindo a seca, a ação humana e as mudanças climáticas. Esses incêndios causam danos significativos às florestas e aceleram o processo de desmatamento.
Como o desmatamento põe a vida em risco?
Os efeitos são alarmantes e vão muito além do que a maioria das pessoas imagina, um ciclo que chamamos de efeito cascata. Isto é, não se trata apenas de prejudicar a atmosfera por conta da poluição das queimadas ou acabar com uma área vegetativa.
O desmatamento coloca a vida no planeta em risco de diversas maneiras, entre elas:
- destruição de habitats naturais;
- erosão do solo;
- alterações climáticas;
- perda de biodiversidade;
- aumento das doenças respiratórias;
- redução de recursos naturais, incluindo alimentos para comunidades indígenas e populações locais.
A conscientização sobre a importância das florestas e a necessidade de protegê-las deve ser uma prioridade em qualquer lugar do mundo, buscando conciliar o desenvolvimento econômico dos países sem que isso custe tanto ao meio ambiente — basicamente, o que chamamos de desenvolvimento sustentável.
O que precisamos fazer?
Não é “só” proteger e reflorestar? Na realidade, esse é um problema complexo, longe de ser uma equação simples do tipo “vamos plantar mais árvores e interromper as queimadas”. São milhares de fatores e agentes envolvidos, e claramente a solução não vai acontecer do dia para a noite.
O governo brasileiro tem feito esforços para combater o desmatamento, com a implementação de leis e políticas de conservação ambiental, como o Código Florestal e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. No entanto, esses esforços muitas vezes são insuficientes e a fiscalização ainda é precária, o que permite que atividades ilegais continuem acontecendo.
Plantar árvores desordenadamente também não resolve. Se o reflorestamento for impulsivo (ou seja, não tiver um bom plano de execução) pode acabar sendo contraproducente, prejudicando a diversidade das espécies ou os cultivos agrícolas. A restauração ambiental é um processo que exige cuidados e um planejamento que considere elementos básicos como clima, altitude, tipo de solo e fatores regionais.
Um bom projeto de reflorestamento deve contar com etapas desde o pré-plantio, abrangendo o controle de plantas competidoras, a verificação de acidez do solo e sua correção, o processo de adubação, entre outras. Ao fazer o plantio em áreas onde antes havia uma vegetação que foi devastada, a restauração do ecossistema vai gerar uma série de benefícios, dos quais destacamos:
- a absorção de CO²,
- recuperação de nascentes e a proteção de bacias hidrográficas,
- manutenção da biodiversidade,
- controle da crise climática e das altas temperaturas.
E o que não podemos fazer?
Imitar o meme da Garota Desastre e ficar de braços cruzados. Nossa missão é esverdear o Brasil novamente! Venha fazer parte de uma grande comunidade de restauradores do meio ambiente com a Abundance Brasil.